PESQUISA PROPÕE USO DE PRP E CÉLULAS TRONCO NO TRATAMENTO DE LESÕES NA PELE
Depois de um acidente com queimaduras graves podemos ter sequelas na pele e problemas de regeneração, o que pode resultar em grotescas cicatrizes. O uso de PRP (Plasma Rico em Plaquetas) em conjunto às células tronco da pele humana é uma associação inovadora que demonstrou uma otimização no tratamento de lesões agudas na pele.
A aluna de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e do Desenvolvimento da UFSC, Bibiane Lago de Castro orientada pela Profa. Dra. Andréa Gonçalves Trentin, estudou os efeitos desta associação em uma matriz de regeneração dérmica, que é uma espécie de substituto da pele utilizado no tratamento de lesões graves.
O PRP é um concentrado de plaquetas adquirido do próprio paciente. As plaquetas são células que estão em nosso sangue e que auxiliam no processo de cicatrização, já que liberam importantes fatores de crescimentos, estimulam a síntese de colágeno e a diferenciação de células importantes para a regeneração do tecido.
Quando há uma grande perda de pele ou mesmo uma grande sequela, como ocorre em casos de queimaduras profundas, é aplicada sobre a ferida uma matriz composta de uma camada de silicone, uma camada de colágeno e de moléculas que compões a derme, chamada Integra®. Esse composto age como uma nova matriz de regeneração, oferecendo um ambiente ideal para que as células possam repovoar a área de pele perdida.
A proposta de utilizar o PRP e as células tronco da pele junto desse elemento busca otimizar o tempo de regeneração da ferida, a estrutura funcional e a aparência da pele reconstituída. Por serem retirados do próprio paciente, não apresentam risco de rejeição e prometem aumentar a vascularização dos tecidos e acelerar a cicatrização.
Segundo a pesquisadora, o estudo teve como apoio teórico a Engenharia de Tecidos, área biológica que desenvolve correspondentes de pele para reconstituir lesões. Também busca associar estes compostos com substancias biológicas, com a finalidade de aprimorar o efeito destes na regeneração de tecidos.
O processo estudado pode ser aplicado em feridas oriundas de escaras, queimaduras, perdas de tecido dérmico, câncer de pele, entre outros.
O estudo, ainda em fase experimental, se mostrou promissor para aplicação clinica, já que o PRP estimulou a síntese de colágeno por meio das células tronco e as influenciou a se tornarem células semelhantes a miofibroblástos, importantes na cicatrização. Nas próximas etapas serão realizados testes pré-clínicos e clínicos, diretamente em pacientes que possuam grandes lesões de pele.
Por: Luciane Toledo
Bolsista de Jornalismo