LACERT realiza pesquisa para regeneração de pele com queimaduras utilizando células-tronco

10/12/2012 09:04

LACERT realiza pesquisa para regeneração de pele com queimaduras utilizando células-tronco

Analisando células no laboratório de microscopia

Estudante realizando testes no laboratório de cultura

A equipe do Laboratório de Células Tronco e Regeneração Tecidual (LACERT) vêm se dedicando há cerca de 4 anos em um estudo para o tratamento de queimaduras. A pesquisa conta com alunos da Graduação e Pós-graduação (Mestrado, Doutorado e Pós-doutorado) da UFSC que estudam uma forma de associar as células-tronco às matrizes de regeneração dérmica, que são membranas colocadas sobre a pele que ajudam a regenerar o tecido dérmico. O objetivo inicial é estabelecer novos procedimentos que acelerem a regeneração da pele e que tenham uma recuperação mais rápida do paciente, com o mínimo de sequelas.

A ideia partiu dos professores Andrea Gonçalves Trentin, do departamento Biologia Celular, Embriologia e Genética do CCB e do professor Maurício Pereima, do Departamento de pediatria do Centro de Ciências da Saúde (CCS) e chefe da unidade de queimaduras do Hospital Infantil Joana Gusmão. Os motivos para iniciar o estudo foram a alta complexidade e o custo alto do procedimento atual de regeneração da pele para os grandes queimados, que são as pessoas que tem mais de 50% do corpo queimado.

O procedimento de regeneração de pele com o uso das matrizes é totalmente financiado pelo SUS. Dessa forma, o projeto visa estabelecer uma forma mais eficiente reduzindo os custos hospitalares e com melhores resultados estéticos para os pacientes que sofrem queimaduras.

Pesquisas do laboratório se sobressaem

Os estudos ainda estão em fase de experimentação em laboratório, mas os resultados iniciais são positivos. Já é possível perceber que as células-tronco associadas às matrizes de regeneração dérmica, aceleram o processo de reconstituição da pele. De acordo com a professora Andrea Gonçalves Trentin, isso se deve ao fato de que as células-tronco têm grande capacidade de originar novas células do corpo humano.

Na primeira etapa do estudo, as células foram isoladas e cultivadas em laboratório, esse procedimento serve para analisar o comportamento das células e excluir a possibilidade de elas se tornarem cancerígenas. O material utilizado vem principalmente de resíduos de cirurgias plásticas, como liftings. Após a autorização das pacientes, ele pode ser utilizado nos estudos.

Colocando materiais na centrífuga para análise

Na última segunda feira, 3, o projeto teve o edital aprovado e será financiado pelo Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (CNPq). O projeto foi o único de Santa Catarina aprovado.

 

Daniel Lemes e Michele de Mello
Bolsistas de Jornalismo na Direção do CCB